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Feriado de Tiradentes: Saiba a origem do feriado e quem foi Joaquim Xavier, o Tiradentes

Dia 21 de abril, é feriado em todo o país desde 1890

Joabe Reis
Por: Joabe Reis Fonte: Da redação
21/04/2023 às 09h23 Atualizada em 21/04/2023 às 21h56
Feriado de Tiradentes: Saiba a origem do feriado e quem foi Joaquim Xavier, o Tiradentes
Tiradentes em uniforme de alferes, pintura histórica de José Wasth Rodrigues. Nenhum retrato verdadeiro ou descrição física de Tiradentes é conhecida.

 

O feriado desta sexta-feira (21) marca a morte de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, de 45 anos, que foi um mártir da Inconfidência Mineira. Ele foi enforcado em 21 de abril de 1792, na Praça da Lampadosa (atual Praça Tiradentes), no centro do Rio de Janeiro. Para além do mártir, ele era um homem comum: trabalhava muito, gostava de ler, falava demais e dizem até que foi traído pela mulher. O movimento do qual Tiradentes fez parte era anticolonialista, a conspiração separatista denominada Inconfidência Mineira, contra o domínio português, e queria a instalação da República. Os "conspiradores" mineiros planejavam o fim da dominação portuguesa sobre o Brasil. Por "traição à coroa", Tiradentes foi enforcado em 1792 e, depois, esquartejado.

Tiradentes era mineiro, nascido no dia 12 de novembro de 1746, em Ritápolis, Minas Gerais. Seu nome está inscrito no Livro dos Heróis da Pátria desde 21 de abril de 1992.

Ruínas da Fazenda do Pombal, no atual município de Ritápolis. Neste local, onde teria nascido Tiradentes e que pertencia na época à Vila de São João del-Rei, está prevista a construção de um memorial

Segundo historiadores, diferente do que mostram as imagens dos livros didáticos, Tiradentes nunca usou barba e cabelos longos. Por ser militar, o máximo que poderia usar era um discreto bigode. Na hora do enforcamento, ele estava de cabelo raspado e barba feita.

Após o enforcamento, o corpo de Tiradentes foi separado em quatro partes que foram expostas em diferentes locais públicos sendo a cabeça exposta em Vila Rica, atual Ouro Preto, os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários, para "servir de exemplo". Sua cabeça ficou à mostra em um poste, em praça pública. Na terceira noite, foi roubada e nunca mais foi encontrada.

Sentença proferida contra os réus do levante e conjuração de Minas Gerais, 1792. Arquivo Nacional.

Não foi a morte que o transformou em um herói. Tiradentes morreu como traidor do Brasil, mas, anos depois, foi considerado herói. O dia da morte, 21 de abril, é feriado em todo o país desde 1890. O Decreto nº 155-B foi publicado em janeiro daquele ano. Ele foi declarado patrono cívico da nação brasileira no dia 9 de dezembro de 1965, com a Lei de nº 4.897, no governo de Castello Branco.

O texto diz que a homenagem a ele pretende destacar que a condenação de Joaquim José da Silva Xavier não deve manchar a memória dele, que é "reconhecida e proclamada oficialmente pelos seus concidadãos, como o mais alto título de glorificação do nosso maior compatriota de todos os tempos".

No dia 4 de julho de 1792, os instrumentos odontológicos usados por Tiradentes foram comprados em um leilão por Francisco Xavier da Silveira, que pagou 800 réis pela bolsa completa.

Apesar de não ter se casado, Tiradentes deixou dois filhos: João, que teve com Eugênia Joaquina da Silva e Joaquina, fruto de seu relacionamento com a viúva Antônia Maria do Espírito Santo.

Além de ter trabalhado como dentista, Tiradentes foi tropeiro, minerador e até engenheiro. Entrou para a 6ª companhia de Dragões de Minas Gerais, como alferes, uma espécie de segundo-tenente.

Em 1788, Tiradentes envolveu-se no movimento revolucionário da Inconfidência Mineira contra a Coroa portuguesa. Foi preso em 10 de maio de 1789, no Rio de Janeiro, quando tentava captar apoio para sua causa. Ele passou seus últimos três anos de vida na prisão antes de ser enforcado.

Tiradentes se tornou um mártir porque, mesmo diante da morte, não delatou seus companheiros. Além disso, seu julgamento e execução foram marcados por uma série de injustiças, como a transferência do julgamento para o Rio de Janeiro, longe dos olhares da população de Minas Gerais, e a execução em praça pública, como forma de intimidar a população.

 

A história de luta e coragem de Tiradentes inspirou muitos brasileiros e foi importante para os movimentos que antecederam a Independência do Brasil, fazendo com que seu nome se tornasse um dos mais importantes da história nacional. 

Tiradentes é o "patrono cívico da nação", ou seja, o único brasileiro que tem sua data de morte como feriado nacional.

 

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