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Senado aprova PL que facilita a regularização de terras na Amazônia

A proposta diz que Poder Executivo deve definir as condições financeiras e os prazos para o pagamento

Joabe Reis
Por: Joabe Reis Fonte: Da redação
22/11/2023 às 10h14
Senado aprova PL que facilita a regularização de terras na Amazônia

Os senadores aprovaram nesta terça-feira, 21/11, um PL (Projeto de Lei) que facilita regularização de antigas ocupações na Amazônica. Com a votação simbólica no plenário, o PL 2.757/2022 segue para sanção presidencial. O texto acaba com as chamadas condições resolutivas, que autorizavam o fim do contrato se as exigências não fossem cumpridas pelo beneficiário.

As condições resolutivas serão extintas para os títulos de assentamento emitidos até 25 de junho de 2009, desde que o beneficiário tenha quitado a dívida, a área não seja superior a 15 módulos fiscais, o imóvel esteja inscrito no CAR (Cadastro Ambiental Rural) e sem trabalhadores em situação análoga à escravidão.

O texto remete ao Poder Executivo a definição sobre condições financeiras e prazos para o pagamento se o contrato de regularização tiver sido assinado antes de 25 de junho de 2009, data da lei que definiu as atuais normas de regularização. O proprietário de outros imóveis rurais e que tenha adquirido, de boa fé, a terra do beneficiário original, mesmo com cláusula no contrato original de regularização impedindo essa venda, poderá obter novo parcelamento se a soma de suas propriedades não passar de 15 módulos fiscais. Nesse tipo de regularização, os contratos estipulam cláusulas resolutivas, que implicam a rescisão do contrato se essas condições não forem cumpridas, como proibição de venda por dez anos, respeito à legislação ambiental, uso da terra para destinação agrária e não exploração de mão de obra em condição análoga à de escravo.

De acordo com o relator, senador Marcelo Castro (MDB-PI), a medida irá beneficiar assentados desde 1960 que ainda não receberam o título definitivo da terra. “Sobretudo na região amazônica, muitas pessoas foram assentadas, o governo federal e o Incra fizeram loteamentos e deram títulos provisórios com cláusulas resolutivas, e isso vem desde década de 1960. Muitos dos seus beneficiários já morreram e deixaram herança para seus filhos. Lá eles residem, mas não têm título definitivo da terra, não podem tomar empréstimos, vender ou dar em garantia porque todos esses contratos têm cláusulas resolutivas que já foram superadas e hoje não têm mais nenhuma significação do ponto de vista econômico e social”, disse.

O autor do projeto, senador Confúcio Moura (MDB-RO), afirmou que o fim das condições resolutivas deve resolver 80% das demandas recebidas pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). “É um projeto prático, bom, eficiente, de resultado rápido, e vai atender a milhares de produtores rurais ainda pendentes de regularização fundiária. O projeto não é de esquerda nem de direita, ele é necessário e eficiente, é um projeto bom que vai atender a todos os estados”, ressaltou.

Conforme o texto, se o beneficiário estiver inadimplente, as condições resolutivas serão extintas assim que a dívida for quitada. O projeto não isenta o assentado de eventuais infrações ambientais, trabalhistas e tributárias.

O texto segue agora para a sanção presidencial.

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