Moradores do município de Jacareacanga, no extremo sudoeste do estado do Pará, avistaram fumaça saindo do solo de uma estrada de terra. No vídeo gravado por Ozinaldo Akay, indígena do povo Munduruku, é possível ver a fumaça de rachaduras do chão. As informações foram apuradas pela CNN Brasil. As imagens foram gravadas na sexta-feira, 21 de setembro. O indígena Ozinaldo Akay Munduruku, é comunicador do Coletivo Audiovisual Wakoburun.
O jovem gravou o vídeo a caminho de sua aldeia como forma de retratar a seca na região. Apenas neste mês, o Pará registrou 16.682 focos de incêndio, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O valor é quase o dobro do contabilizado no mesmo período do ano passado.
Veja o vídeo abaixo:
À reportagem Ozinaldo explicou que a estrada, apesar de não ter um nome oficial, é conhecida entre os moradores como “estrada para beira do Coquinho“. Ele também informou que o Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBMPA) já foi acionado e conseguiu apagar o incêndio, porém a estrada precisou ser interditada devido aos danos.
Ainda sobre os incêndios na região, Ozinaldo relatou uma melhora na situação recente. “Os incêndios estão diminuindo um pouco por causa da chuva“, destacou, o que traz um alívio parcial para a comunidade local, que tem enfrentado queimadas frequentes, agravadas pela seca e pelas altas temperaturas.
De acordo com Alvalá Plinio, pesquisador do Instituto Nacional de Meteorologia (Inpe), esse fenômeno é conhecido como “fogo subterrâneo” que ocorre em região de turfa, uma camada de material orgânico formado pela decomposição que fica centímetros abaixo da terra — e tem lenta degradação. Em épocas de seca, esse material fica suscetível ao fogo.
O fenômeno é raro e muitas vezes não apresenta chamas. Por essa razão, são de difícil detecção.
A ação humana ao queimar mato ou lixo em uma região com turfa, também pode causar esse tipo de evento: o fogo se alastra por debaixo da terra. Em ambos os casos a fumaça pode aflorar em alguns pontos, assim como o próprio fogo.
As informações são do jornalista, Alan Cardoso da CNN, São Paulo