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Chance de déficit no cacau assusta mercado e preço sobe 24% em NY

Amêndoa foi o destaque de alta entre as commodities na bolsa de Nova York em novembro

Joabe Reis
Por: Joabe Reis Fonte: Globo Rural
03/12/2024 às 08h13 Atualizada em 03/12/2024 às 08h32
Chance de déficit no cacau assusta mercado e preço sobe 24% em NY

Uma reviravolta nas expectativas em relação à safra 2024/25 de cacau no oeste da África e o pessimismo com a produção de café no ciclo 2025/26 no Brasil fizeram das duas commodities os destaques de alta no mercado internacional em novembro. Enquanto o cacau subiu quase 24% no mês na bolsa de Nova York, o café teve alta de mais de 10% e marcou preço recorde.

A temporada 2024/25 do cacau começou com boas perspectivas em outubro, graças a chuvas favoráveis em Gana e na Costa do Marfim, que respondem por 70% da produção mundial. Mas o temor de um novo déficit na oferta azedou o humor dos investidores. Como reflexo, as cotações dispararam. De acordo com levantamento do Valor Data, os contratos de segunda posição do cacau subiram 23,4%, para o valor médio de US$ 8.064 a tonelada.

Para Ricardo Gomes, gerente de desenvolvimento territorial do Instituto Arapyaú, que promove ações sustentáveis na cadeia do cacau, a percepção do mercado sobre a safra no oeste da África mudou a dinâmica dos preços em Nova York.

“As chuvas na Costa do Marfim e em Gana estavam muito boas, mas nos últimos dois meses o excesso de água nos cacaueiros pode impactar a previsão de colheita”, disse Gomes, referindo-se à produção da safra intermediária, que começa em abril de 2025.

Em novembro, alguns analistas apontaram que a piora nas projeções de oferta podem levar a um novo déficit de cacau no mundo na safra 2024/25, que seria o quarto consecutivo.

Gomes acredita que o saldo será mesmo negativo ao fim da safra, em outubro do próximo ano, pois a produção não deve reverter o déficit de 478 mil toneladas da safra 2024/25, calculado pela Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla, em inglês).

Diante desses novos elementos, um novo recorde de preço não está descartado, disse. O pico foi em abril deste ano, quando a tonelada alcançou US$ 11,7 mil. “Se o excesso de chuva persistir [no oeste da África] em dezembro e o fenômeno harmatã atingir áreas produtoras, temos a chance de ver novo recorde na bolsa”, afirmou.

Preço do cacau em Uruará

Nessa segunda-feira, 02/12, o quilo do cacau estava sendo negociado ao preço médio de 63 reais na cidade de Uruará (PA), segundo os dados informados pela Ceplac local.

As informações e texto são do jornalista Paulo Santos do Globo Rural — São Paulo

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