A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da 76ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) do município de Santa Isabel do Rio Negro, apresentou nessa terça-feira, 28 de janeiro, a prisão de um professor indígena de 30 anos, preso em flagrante por estuprar a própria filha de 3 anos. A prisão aconteceu em uma unidade hospitalar do referido município, onde a vítima estava internada, após a equipe médica do hospital ouvir barulhos vindo do banheiro da unidade.
De acordo com o delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), o homem confessou o crime e informou em juízo que também abusava das outras duas filhas, de 4 e 7 anos.
“Ele foi preso no hospital quando praticava sexo com a criança, ela estava internada. Os médicos ouviram um barulho e desconfiaram que ele estava cometendo relações sexuais com a criança e rapidamente acometeram a criança a exames e comprovaram a conjunção carnal, inclusive, anal. Em depoimento, ele relatou de forma muito natural que ele já era acostumado a abusar sexualmente das suas outras duas filhas“, disse o delegado em coletiva de imprensa.
A mãe das vítimas não tinha conhecimento do crime, segundo o delegado do 76° DIP do município, John Castilho. “As crianças já retornaram ao cuidado da mãe, com o apoio da Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e de uma equipe multidisciplinar, nós fizemos a proteção ali já de imediato e devolvemos aos cuidados da mãe, na comunidade na qual ela reside. Ela alega que nunca viu indícios desses abusos, ele aproveitava dos momentos em que estava só com a criança e praticava esses abusos“, afirmou.
De acordo com o delegado John Castilho, a vítima estava internada em uma unidade de saúde para tratamento médico. Durante o acompanhamento, os profissionais de saúde suspeitaram que ela pudesse estar sofrendo abusos e iniciaram exames para investigar. “Em uma noite, uma médica ouviu gemidos vindos do banheiro. Ao bater na porta e entrar, encontrou o pai sozinho com a vítima. Ao ser questionado, ele disse que estava apenas dando banho na criança, mas a médica, desconfiada, realizou um exame clínico e constatou sinais de violência. A equipe de saúde nos acionou imediatamente, e fomos até o local e o prendemos em flagrante”, explicou John Castilho.
Segundo o delegado, as investigações revelaram que os abusos ocorriam desde que a vítima era bebê. Também foi identificado que o homem teria cometido os atos contra suas outras duas filhas, aproveitando momentos em que ficava sozinho com elas. Com a confirmação das outras vítimas, foi solicitada à Justiça a prisão preventiva do autor, que foi deferida e cumprida na sexta-feira (24/01).
“Essa é uma resposta firme que damos à sociedade. Crimes dessa gravidade não ficarão impunes e os responsáveis responderão por seus atos. As meninas já estão sob os cuidados da mãe e recebem suporte da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e de uma equipe multidisciplinar em sua comunidade”, concluiu o delegado.
As autoridades policiais também informaram, ainda em coletiva de imprensa, que as investigações continuam para a identificar possíveis outras vítimas do autor, considerado que o homem trabalhava em uma rede escolar do ensino infantil. “Nós estamos investigando porque, justamente por ele ser um professor infantil, há uma séria probabilidade de que ele tenha abusado de outras crianças“, informou Castilho.
O homem foi autuado por estupro de vulnerável e transferido para a capital amazonense. O autor deve ter o aumento da pena por ser pai das vítimas. Segundo o delegado do 76° DIP, o indígena pode ser condenado em até 60 anos de prisão.