A região da Transamazônica (BR-230) se tornou a rota do cacau do cenário nacional. Das oito amostras brasileiras qualificadas, quatro amostras de cacau paraenses, sendo três de Novo Repartimento e uma de Medicilândia, foram selecionadas para representar o Brasil no International Cocoa Awards 2021, que será anunciado durante o Salão do Chocolate de Paris.
O feito consolida a qualidade internacional das amêndoas produzidas no Estado, o que abre a perspectiva de novos mercados exportadores para o cacau do Pará, além de servir como atrativo para que indústrias do setor de chocolate se instalem em território paraense. A competição, que é considerada de maior prestígio, proporciona o reconhecimento global aos produtores de alta qualidade, celebrando a diversidade de sabores das diferentes origens do mundo.
Com a riqueza natural da Amazônia, empenho dos produtores rurais, investimentos em pesquisas e estímulos de instituições públicas e privadas, o Pará se tornou o maior e mais eficiente produtor de cacau do Brasil, com 133 mil toneladas de amêndoas produzidas em 2019. E alcançou a maior produtividade do mundo com 26 mil propriedades, em 191 mil hectares, segundos dados da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac).
Um dos representantes da COOPATRANS que detém a marca Cacauway, Ademir Venturini, que teve a amêndoa de Medicilândia selecionada, disse da alegria de participar de mais uma seleção e destacou a qualidade do chocolate produzido em Medicilândia. “O Pará é um grande produtor do cacau de qualidade, mas nosso intuito também é atrair o olhar para o chocolate produzido nas nossas fábricas. Produzimos a melhor amêndoa de cacau no Brasil, somos os maiores produtores de cacau do Brasil e buscamos o reconhecimento internacional”, disse Ademir.
As amêndoas dos produtores João Evangelista, João Rios e Valdemiro Broechl, do município de Novo Repartimento, na região da Transamazônica, são produzidas no assentamento Tuerê.
A próxima edição do Salon du Chocolat está prevista para ser realizada de 28 de outubro a 1 novembro de 2021.
No mesmo evento em 2019 uma amostra de cacau do município de Uruará (PA) ficou entre as 50 melhores do mundo.
Entenda a seleção nacional
Realizada pelo Comitê Nacional de Qualidade de Cacau Especial, as avaliações iniciaram com análises físico-químicas de prova de corte e análise de acidez, realizadas pelo laboratório de classificação de cacau do CIC. No total, 31 amostras foram recebidas e avaliadas na fase inicial. Em seguida, as amostras que obtiveram os requisitos mínimos exigidos pelo COEX seguiram para a segunda etapa, avaliação sensorial de amêndoas de cacau não torradas.
As 14 amostras classificadas seguiram para fase final de avaliação sensorial. Foram processadas em líquor e analisadas pelo painel sensorial do CNO, que se reuniu nos dias 06 e 07 de janeiro de 2021, no LABSENSO para análise e seleção das 08 amostras classificadas.
O Brasil participou de todas as edições internacionais sob a coordenação da Ceplac, com 3 prêmios ICA, e, desde a edição de 2019, em parceria com o Centro de Inovação do Cacau – CIC, vem realizando todas as etapas que envolvem a seleção final das amêndoas que irão para avaliação do Comitê Internacional concorrer ao ICA.